Por: Leonardo Michaelis Schmidt em 05/01/2021 | Medicina Reumatologia
Você sabia que o exame de densitometria óssea é um exame muito prático, eficaz e com indicações variadas? Pois é, para conhecermos melhor essa importante ferramenta conversamos com uma autoridade no assunto, o reumatologista especialista em Densitometria Óssea, dr. Leonardo Michaelis Schmidt.
Revista IMED (RI): O que é a Densitometria Óssea?
Dr. Leonardo Michaelis Schmidt: A Densitometria Óssea é o exame capaz de fazer o diagnóstico da Osteoporose e sua fase precedente, a Osteopenia. É indolor e de rápida realização. Os atuais equipamentos de Densitometria nos permitem, através da emissão de baixos níveis de Raios X, calcular a Densidade Mineral Óssea. Quando ela está abaixo do normal, eleva o risco da pessoa sofrer fraturas por fragilidade óssea. O exame serve também para fazermos o monitoramento da doença, permitindo melhor avaliação sobre o tratamento realizado.
(RI): O exame também tem outras utilizações, além do diagnóstico e monitoramento da osteoporose? Quais?
Dr. Leonardo: Sim. Por meio da Densitometria podemos realizar a pesquisa de fraturas da coluna vertebral (VFA). Lembramos que essas fraturas podem ocorrer até mesmo de forma espontânea (sem traumas ou quedas). Outro recurso que também podemos utilizar é a avaliação da Composição Corporal pela Densitometria. Conseguimos avaliar a distribuição dos diferentes tecidos do corpo humano - massa magra muscular, massa adiposa e avaliação da gordura visceral abdominal. Esse exame é indicado para pessoas que estão realizando dieta alimentar, no pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica e para avaliação de perda de massa muscular que ocorre principalmente em indivíduos idosos (Sarcopenia). Pessoas que realizam treino para ganho de massa muscular também podem fazer o acompanhamento pela Composição Corporal por Densitometria.
(RI): Quem deve realizar esse exame?
Dr. Leonardo: As principais indicações para a Densitometria são:
• Mulheres de 65 anos ou mais, ou na transição menopausal ou que estejam interrompendo a terapia de reposição hormonal (TRH);
• Homens com idade igual ou superior a 70 anos ou acima de 50 anos e com fatores de risco;
• Adultos com antecedente de fratura por fragilidade, condição clínica ou uso de medicamentos associados à baixa massa óssea ou perda óssea (como corticoides, anticonvulsivantes);
• Indivíduos em tratamento para osteoporose, para monitoramento de sua eficácia;
• Pacientes em que a identificação de perda de massa óssea possa determinar a indicação do tratamento.
(RI): Há alguma frequência que este exame deve ser realizado? Há algum risco em relação à exposição da radiação neste exame?
Dr. Leonardo: Normalmente o exame é realizado a cada ano em pessoas com fatores de risco para osteoporose e idade acima de 50 anos. Alguns grupos de risco maior (como é o caso de pacientes usuários de glicocorticóides e portadores de doenças reumáticas) podem ter a indicação de uma avaliação semestral, conforme critérios individuais de risco de perda rápida de massa óssea. A exposição à radiação é mínima (muito menor do que um Raio X convencional, por exemplo). Porém, lembramos que mesmo assim, o exame deve ser evitado em mulheres grávidas ou sob suspeita de gestação.