Por: Dr. Guilherme Jinson de Oliveira Ahn em 05/01/2021 | Medicina Nefrologia
“Para pedra nos rins o bom mesmo é...”. Pois é, quase todo mundo é um pouco médico quando o assunto é esse. Talvez porque a doença seja muito comum – a terceira afecção do trato urogenital com maior incidência, perdendo apenas para infecção urinária e doenças prostáticas – ou ainda porque têm elevado índice de recorrência.
Diante de tantas opiniões e sugestões, mitos e verdades se confundem, por isso, acabam restando muitas dúvidas sobre a patologia, conhecida na classe médica como Lítiase Renal, Nefrolitíase ou Cálculo Renal.
O nefrologista Dr. Guilherme Jinson de Oliveira Ahn revela quais são os principais questionamentos que chegam ao consultório.
O aumento da hidratação previne a formação de novas pedras.
VERDADE. Quanto menor a ingestão de líquidos, maior é a necessidade do rim em concentrar a urina, o que favorece a precipitação de sais dissolvidos e a formação de cálculos.
Tomar água ajuda a eliminar as pedras.
MITO. Não adianta aumentar o consumo de líquidos durante uma crise de cólica renal, que a água não irá “empurrar” a pedra.
É necessário restringir o consumo de cálcio.
MITO. A restrição dietética de cálcio pode ser prejudicial ao organismo e pode até aumentar a formação de cálculos renais, através do aumento da absorção intestinal de oxalato de cálcio.
Existem medicações que previnem a formação de novos cálculos renais.
VERDADE. Algumas condições favorecem a formação de cálculos e podem ser tratadas, o que necessita de investigação médica para avaliar e fornecer o tratamento adequado.
O excesso de sódio favorece a formação de cálculos renais.
VERDADE. O sódio em excesso aumenta a excreção de cálcio na urina, o que pode favorecer sua precipitação.
Consumo elevado de vitamina C favorece a formação de cálculos.
VERDADE. A vitamina C é metabolizada no fígado e produz oxalato, que quando em excesso na urina favorece a formação de pedras.
Chá de quebra-pedra ajuda previne ou dissolve cálculos renais.
MITO. Há dados insuficientes para a recomendação de chá de quebra-pedra, alguns autores relacionam seu efeito ao maior consumo de líquidos.