Por: Dr. Marco Aurélio Nisiide e Dr. Reginaldo José Andrade em 04/01/2021 | Medicina Oncologia
Sim, é um assunto delicado. Cercado de tabus e comoção, mas que precisa ser debatido. Quanto mais informações e orientações, melhores serão os resultados: sejam na prevenção, no diagnóstico precoce ou no tratamento.
O Cirurgião Oncológico Dr. Marco Aurélio Nisiide e o Hematologista, Hemoterapeuta e Oncologista Dr. Reginaldo José Andrade explicam que câncer, ou neoplasia, é o conjunto de diversas doenças que têm em comum o crescimento desordenado (descontrolado) de células malignas, que têm a capacidade de invadir tecidos e órgãos.
“O Câncer surge a partir de uma mutação genética, ou seja, de uma alteração no DNA da célula. Cada célula sadia possui instruções de como devem proceder, ou seja, como crescer e se dividir, o período de funcionamento e de sua morte. Na presença de qualquer erro nestas instruções pode surgir uma célula alterada que se torna cancerígena e começa a crescer fora de controle. Em vez de morrer, as células cancerosas continuam crescendo e formando novas células anômalas”, detalham.
Cada tipo de célula do corpo humano pode gerar um tipo de câncer e a doença é caracterizada pelo local onde começou. Por isso, há diversos tipos, que se comportam de formas distintas. “Por essa razão, os pacientes precisam receber o tratamento adequado para o seu tipo específico de Câncer”, revelam.
Os especialistas afirmam que o Câncer mais comum em ambos os sexos é o câncer de pele não-melanoma. Já entre os homens, a maior incidência é o de próstata, enquanto entre as mulheres é o de mama. “Os outros tipos de câncer que se destacam nas estatísticas são os de pulmão, o de cólon (intestino grosso) e o de colo de útero da mulher”, acrescentam.
Mas o que causa?
É uma resposta que surpreende. “Diferente do que a maioria das pessoas acredita, a causa genética tem se mostrado a menos importante - de 10% a 20%. Entre 80% e 90% dos casos estão associados a causas externas. As mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio homem, os hábitos e o estilo de vida podem aumentar o risco dos diferentes tipos de câncer”, elencam.
A amplitude das causas da enfermidade possibilitam diversas ações de prevenção. “Isso inclui evitar a exposição aos fatores de risco de câncer e a adoção de um modo de vida saudável. Além disso, a prevenção pode detectar e tratar doenças pré-malignas (por exemplo, lesão causada pelo vírus HPV ou pólipos nas paredes do intestino) ou cânceres assintomáticos iniciais”, completam.
Como é o tratamento?
Os tratamentos avançaram muito. Os profissionais reforçam que pode ser com cirurgia, quimioterapia ou com radioterapia. Também há a terapia biológica ou imunoterapia - que utiliza do sistema imunológico para o tratamento a terapia alvo - que visam alterações genéticas específicas. “Há também a opção de transplante de medula óssea para alguns tipos de câncer. Casos avançados podem ser tratados com cuidados paliativos”, observam.
Para os especialistas é importante reforçar que o câncer não é uma sentença de morte. Atualmente muitos pacientes são tratados com sucesso, sobretudo quando a doença é diagnosticada precocemente. “O sucesso depende de uma equipe multidisciplinar de profissionais qualificados, mas também do empenho do paciente e de seus familiares”, enfatizam.